A MINHA ANSIEDADE
Lembro-me perfeitamente do dia em que pela primeira vez que senti, efectivamente, uma crise de ansiedade (sim, nós psicólogos somos humanos). "Efectivamente", porque até ali pensava que tudo estava CONTROLADO. Naquele dia NÃO.
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Estava em Portugal. Trabalhava como secretária no Departamento de Psicologia da Prevenção Rodoviária Portuguesa. Local onde eram geridos mais de 46 psicólogos, de Norte a Sul do continente, e também psicólogos das ilhas Açores e Madeira. Eu era a única secretária. Auxiliava o departamento com a gestão de grupos de Psicologia que davam formação a condutores infractores de vertente criminal e contra-ordenacional, bem como jovens que queriam obter a licença de condução de motociclos 50cc. Local para onde voltei como psicóloga clínica para dar formação, e aprendi MUITO....
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Estava a preparar um evento que iria dar no ISPA. Evento gerido pelo Dep. Psicologia da Prevenção Rodoviária Portuguesa. Acumulando a essa função, eu entrava no ginásio às 7h da manhã e, depois do trabalho, entrava às 18h00 na faculdade.
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Lembro-me de sentir como se o chão estivesse a fugir. Lembro-me de não ter controlo do MEDO de que algo de muito errado estivesse para acontecer. Lembro-me do apoio dos colegas, dos exames médicos, ...de TUDO.
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Lembro-me também que não era o trabalho, nem o ginásio e muito menos a faculdade ou as horas excessivas de esforço em ser perfeccionista, de não querer errar em momento algum...os motivos da minha ansiedade.
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Como obrigação dada pelo meu chefe da altura, área que na altura pensava seguir (terapia psicanalítica), e a ansiedade que sentia: fui fazer terapia durante dois anos. Algo que deveria ser obrigatório a TODOS OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, MENTAL ou não.
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(...)A causa principal da minha ansiedade era eu MESMA, meus medos, o que não dizia às pessoas que me magoaram, meu historial de abusos e minhas realidades.
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Quando comecei a tomar controlo da minha intuição, vontades, verdades,...e realidades, E DE IMAGINAR CENÁRIOS DRAMÁTICOS, foi quando a ansiedade diminuiu de forma drástica.(...)
Abraço
Dália Matsinhe
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